O que é a Estimativa de Toxicidade Aguda (ETA) e como calculá-la corretamente para suas Fichas de Dados de Segurança?

1. O que é a Estimativa de Toxicidade Aguda (ETA)?

2. Como se obtém a ETA?

3. Como a ETA deve ser refletida nas Fichas de Dados de Segurança (FDS)?

4. Automatização do cálculo com eQgest

No mundo do risco químico, entender quão perigosa é uma substância após uma breve exposição pode fazer a diferença entre prevenir um acidente ou lamentá-lo. A Estimativa de Toxicidade Aguda (ETA) é uma ferramenta chave para quantificar esse perigo, permitindo que os profissionais químicos classifiquem corretamente substâncias e misturas de acordo com normas como o Regulamento CLP.

Este artigo explica de forma clara o que é a ETA, como se calcula e como ajuda a comunicar os riscos em rótulos e Fichas de Dados de Segurança (SDS). Além disso, veremos exemplos práticos e como o software EQGEST automatiza sua gestão.

O que é a Estimativa de Toxicidade Aguda (ETA)?

A ETA representa a toxicidade aguda de uma substância ou mistura.
É expressa em unidades comparáveis às doses ou concentrações letais tradicionais:

• mg/kg de peso corporal (oral ou dérmica)

• mg/L ou ppm para inalação
  

Em essência, é uma versão padronizada da DL₅₀ ou CL₅₀, projetada para facilitar a classificação e comunicação do perigo.

Quando se trata de substâncias puras, a ETA geralmente coincide com a DL₅₀ ou CL₅₀ conhecida. No caso de misturas, calcula-se uma ETA total, chamada ATEmix, a partir dos valores dos componentes e suas concentrações.

Sua principal utilidade é determinar a categoria de toxicidade aguda de uma substância ou mistura, de acordo com os critérios do Sistema Globalmente Harmonizado (GHS) e adotados pelo CLP.

Cada faixa de ETA corresponde a uma categoria de perigo (de 1 a 4, sendo a 1 a mais tóxica) e a uma frase H que aparece na rotulagem de produtos químicos.

Como se obtém a ETA?

Existem diferentes formas de obter a Estimativa de Toxicidade Aguda, dependendo das informações disponíveis:

1. Dados experimentais diretos

A fonte mais confiável provém de estudos toxicológicos que determinam a DL₅₀ ou CL₅₀ mediante ensaios em animais.
Exemplo: uma substância com DL₅₀ oral de 150 mg/kg em ratos terá esse valor como ETA oral.

2. Modelos preditivos (QSAR)

Outra via consiste em utilizar modelos de predição baseados na estrutura química da substância. Os QSAR (Quantitative Structure–Activity Relationship) estimam a toxicidade a partir de características moleculares, sem necessidade de realizar ensaios em animais. Esses modelos são aceitos pelo regulamento REACH, desde que estejam validados e bem documentados. Essa opção é especialmente útil em etapas iniciais de desenvolvimento de novos produtos.

3. Cálculo mediante fórmula de aditividade para misturas

No caso de produtos formulados, a ETA da mistura (conhecida como ATEmix) se calcula a partir das ETA de seus componentes e suas concentrações relativas. Para isso, utiliza-se a seguinte fórmula:

Por exemplo, se uma mistura contém 30 % de um componente com ETA de 100 mg/kg e 20 % de outro com ETA de 400 mg/kg, o cálculo seria:

Esse resultado é comparado com os intervalos de classificação estabelecidos pelo CLP para determinar se a mistura deve ser classificada, por exemplo, como “tóxica” ou “nociva” em caso de ingestão. Essa abordagem permite quantificar de forma objetiva o risco agudo de um produto formulado.

Como a ETA deve ser refletida nas Fichas de Dados de Segurança (FDS)?

A ETA deve aparecer na Ficha de Dados de Segurança, cumprindo o Regulamento (UE) 2020/878:

• Seção 3: incluir a ETA dos componentes classificados por toxicidade aguda, indicando a via de exposição (exemplo: “ETA oral = 55 mg/kg”).

• Seção 11: refletir a ETA total da mistura (ATEmix) quando utilizada para classificação. Também pode ser adicionada como justificativa técnica.
  
  

Esse ponto é crucial, já que a FDS é a principal ferramenta para a comunicação de riscos químicos em toda a cadeia de fornecimento.

Automatização do cálculo com eQgest

O cálculo da Estimativa de Toxicidade Aguda (ETA), especialmente em misturas com múltiplos componentes, pode ser complexo e requerer precisão regulatória.

O software eQgest automatiza esse processo aplicando a normativa vigente (CLP, REACH e GHS). Dessa forma, garante que as Fichas de Dados de Segurança estejam sempre atualizadas, reduzindo riscos e economizando tempo das equipes técnicas.

A Estimativa de Toxicidade Aguda (ETA) é um critério essencial na classificação de substâncias e misturas, pois impacta diretamente na rotulagem de produtos químicos e na segurança do usuário final.

Se sua empresa precisa calcular a ETA corretamente, cumprir o Regulamento CLP e gerar Fichas de Dados de Segurança (FDS) de forma eficiente, eQgest é a solução.

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